Influenciadores digitais mostram um novo olhar das redes sociais

Foto: Print do perfil de Patrick Felix e Felipe Oliveira no aplicativo TikTok

O mundo teve que se adaptar a um “novo viver”, onde trabalhadores passam a fazer home office, alunos têm aulas online, marcas concorrentes se unem para fazer um bem ou uma ação publicitária, entre outras mudanças, assim como os vídeos do aplicativo TikTok de influenciadores digitais como o jovem Patrick Felix que entrou na vida das pessoas, com conteúdos que ajudam a ocupar a mente e até mesmo a sair da depressão. “Tem uma galera que está sozinha, muita gente tem ansiedade, depressão, e eu fazendo esses vídeos eu sei que tenho ajudado muitas pessoas, pelos feedbacks que recebo”, afirma.

No meio de tudo, a tecnologia também ganha um novo “olhar” ou uma nova forma de ser utilizada, parando de ser a vilã do contato social, mas nos fazendo perceber a tamanha falta que uma interação faz, seja no tempo livre ou no dia a dia. Aplicativos como o TikTok viralizaram no mundo e conquistaram pessoas de todos os países em pouco tempo. Com mais de 1 bilhão de downloads, se tornaram parte de uma atividade divertida e interativa para quem está entediado na quarentena.

O TikTok é um aplicativo dinâmico, tomado por vídeos de pegadinhas, zoeiras com músicas, "trollagens", dancinhas, mas também têm TikTokers que abordam temas como religião, racismo, educação e feminismo. Apesar da maior parte do público ser de adolescentes, o aplicativo vem atraindo cada vez mais pessoas de todas as idades, sendo uma forma de ter o autocontrole e equilíbrio da mente. A psicóloga Lúcia de Fátima Torres conta que ocupar a mente com atividades, podem ser uma técnica de relaxamento e esvaziar a mente, e isso ajuda a manter o eixo. “Ajuda a espairecer e relaxar, e tudo que vem com esse propósito, é muito positivo para o ser humano. Esses momentos ajudam a relaxar, a manter o seu equilíbrio e buscar um equilíbrio emocional, porque o desgaste físico ele ocorre, no momento como esse, pelo estresse”, conta.

O aplicativo é um dos meios utilizados para passar evangelização. Um deles é o Patrick Felix, que tem conquistado 15 mil seguidores na rede social, com vídeos criativos, de humor e também com mensagens, sempre relacionados à religião para manter todos os fiéis engajados. Patrick conta que iniciou o uso do aplicativo da mesma forma como todo mundo começa e depois, conforme o tempo, pensou em postar algo cristão. ”Postei um vídeo que viralizou, foram 185 mil curtidas, e foi assim que tudo começou. Faço conteúdo para quem eu quero realmente alcançar. Fazer com que elas se sintam bem. Meu foco não é trazer pessoas para mim, é fazer com que sintam presença do Espírito Santo”, diz.

Além de postar vídeos interativos relacionados a religião, para ter uma aproximação maior com o público, o jovem faz lives pelas redes sociais e possui um grupo de estudo da Bíblia no WhatsApp. Com as lives de pregação que faz pelo TikTok, Patrick conta que um dos momentos mais marcantes foi quando ajudou uma pessoa a não tirar a própria vida. “No final da live, um menino que ia se suicidar me mandou uma mensagem no privado agradecendo, porque comecei a orar e através da minha vida, ele desistiu. A quantidade de pessoas que devem estar sofrendo de depressão e tudo mais, através de uma live minha, eu conversando, posso trazer um pouquinho de felicidade", conta.

A quarentena está isolando todo mundo, e quem era mais isolado antes acaba muitas vezes se frustrando. Para Felipe Oliveira, que também tem diversos admiradores pelo mundo no aplicativo TikTok, com 103,7 mil seguidores, a rede social é um meio que alcança as pessoas dentro de casa. “Um vídeo que compartilha o amor de Deus passando na tela de um celular de uma pessoa angustiada pode sim fazer a total diferença”, diz.

O público que mais utiliza o aplicativo é diversificado, têm jovens e adultos, de 12 a 50 anos, mas os mais frequentes, que comentam e interagem são 89% mulheres e 11% homens. “Geralmente as reações das pessoas são expostas em comentários de vídeos e lives, e muitos no direct do meu Instagram. Quando vejo que um vídeo meu mudou o dia e a vida de uma pessoa, isso me alegra e me motiva cada vez mais continuar”, conta.

A psicóloga Lúcia de Fátima Torres explica que antes as famílias ficavam distantes, e hoje, com o isolamento, elas criam esse ambiente, em que usam a criatividade para viver o momento juntos, e muitas vezes as ideias passaram a surgir após o advento do aplicativo TikTok. “A tecnologia propicia a tocar nas pessoas que estão precisando alguma coisa, como por exemplo, as lives. Essa interação com as pessoas ajudam as que estão angustiadas ou até deprimidas por estarem longe dos familiares. Então, esse afago de quem tem esse talento através da mídia, tem sido muito positivo, salvando vidas e ajudado no tratamento de muitas pessoas”, diz.